"Hodie vídeo vita meæ et sapeo qui totiæs secuntus idierunt bene viviadus!"
Hoje vejo a mina vida e sei que todos os segundos foram bem vividos. Reviveria todas as situações, as boas e as más, desde o dia em que nasci até provavelmente às minhas cinzas.
Tudo isto remonta a uma pequena ilha no "longínquo" arquipélago do distrito de Avgvstv Primo, na ilha de Micenia, a mais afastada do conjunto de três ilhas e que era simultaneamente o ponto mais oriental do país, corria o ano de 1927, a minha mãe punha toda a família agitada, minha avó e minhas tias, o motivo era simples: eu queria nascer, não existia um posto de saúde e o hospital era uma mordomia para ricos e situava-se a 100 quilómetros por mar, esperar pelo navio estava fora de questão, e assim Dona Cicilia uma senhora que do alto dos seus oitenta e quatro anos de idade colocou toda a sua sabedoria e experiência em prática e ajudou-me a vir ao mundo. "Domina Cicilia", a Dona Cicilia já havia assistido a inúmeros partos e costumava dizer que no tempo dela, no século passado, ninguém tinha partos fora de casa, que era assim que se fazia. Naquele ano as ilhas como a minha ainda o tinham de fazer como à cem anos atrás.
Não tive uma infância fácil, a minha família não era abastada, minha mãe de seu nome Aurora fazia panos que vendia no caís de embarque junto com os de outras rendeiras, meu pai Cassius, era guarda em Avgvsto Primo, capital do distrito, como tal pernoitava na esquadra, vinha a casa todos os fins-de-semana. Quando nasci tinha além dos meus pais, duas irmãs Stela e Maria, tinham três e dois anos respectivamente.
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